“O mpox continua a ser uma grande emergência de saúde pública para a segurança continental e deve exigir a nossa atenção e envolvimento”, sublinhou o diretor-geral dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África), John Kaseya, numa conferência de imprensa ‘online’.

Até à data, foram registados 114.156 casos suspeitos, 26.409 casos confirmados em laboratório e 1.696 mortes, de acordo com a agência de saúde da UA, que baixou esse número em relação às 1.724 mortes que divulgou há uma semana, mas não esclareceu a disparidade desses valores.

A República Democrática do Congo (RDCongo), país vizinho de Angola, continua a ser o epicentro do surto, com 87.599 casos suspeitos e 17.079 casos confirmados, incluindo mais de 1.650 mortes desde janeiro de 2024.

Na RDCongo, a taxa de despistagem é de cerca de 18% o que, para Kaseya, “é uma percentagem demasiado baixa” que se traduz numa “subnotificação dos casos”.

Segundo explicou, esta falta de dados deve-se, por um lado, à redução da ajuda humanitária consequente dos cortes de financiamento internacionais e, por outro, ao conflito em curso no leste do país.

No que diz respeito à vacinação, nove países receberam vacinas para combater o mpox e seis estão a vacinar a população.

“Até agora, nos seis países que estão a vacinar, tivemos um grande sucesso, com quase 547.000 pessoas vacinadas. E o que é espantoso é que a rejeição desta vacina é quase nula. Isto significa que as pessoas estão a aceitar a vacina e a aceitar a mensagem que lhes estamos a transmitir para se protegerem”, explicou.

A agência de saúde da UA declarou o mpox uma emergência de saúde pública de segurança continental em 13 de agosto e, no dia seguinte, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou um alerta sanitário internacional para a doença, uma medida que decidiu prolongar.

O mpox é uma doença infecciosa que pode provocar uma erupção cutânea dolorosa, gânglios linfáticos inchados, febre, dores de cabeça, dores musculares, dores nas costas e falta de energia.

NR/HN/LUSA