Autor insiste que relatório do incêndio no hospital de Ponta Delgada tinha medidas para mitigar riscos

16 de Maio 2025

O autor do relatório ao incêndio no Hospital Divino Espírito Santo (HDES), de Ponta Delgada, insistiu hoje que foram sugeridas medidas para mitigar os “graves riscos de segurança”, defendendo a reabertura do total do edifício principal.

Numa carta enviada ao presidente da comissão parlamentar de inquérito ao incêndio no Hospital Divino Espírito Santo (HDES), a que a agência Lusa teve acesso, João Mota Vieira diz querer “desmentir categoricamente” as declarações da presidente do Conselho de Administração da unidade hospitalar, Paula Macedo, na audição naquela comissão na última quarta-feira.

João Mota Vieira diz não ser verdade a afirmação de que o relatório “apenas dá a gravidade” do sucedido e “não apresenta alternativas, nem propostas, nem linhas estratégicas para a resolução dos problemas”.

“O relatório técnico inclui, no ponto três, ‘Recomendações muito urgentes ao CA [Conselho de Administração] do HDES’, um conjunto claro e detalhado de ações corretivas imediatas e urgentes para mitigar os graves riscos de segurança contra incêndio identificados no HDES”, lê-se na missiva.

João Mota Vieira critica, também, um “conjunto de interpretações abusivas e extemporâneas” realizadas pela presidente do Conselho de Administração do HDES, sobre o conteúdo do relatório a propósito da necessidade de realizar uma recuperação total do edifício do HDES.

“A nossa posição – expressa em várias ocasiões – sempre foi que deveria constituir como objetivo prioritário a retoma da atividade assistencial no edifício principal do HDES. Para tal, é (e continua a ser) absolutamente urgente mitigar os riscos sistémicos”, alerta.

Na quarta-feira, durante a audição, a diretora clínica e presidente do Conselho de Administração do Hospital de Ponta Delgada (HDES) admitiu que o investimento no hospital modular, após o incêndio de 2024, foi uma escolha clínica, mas garantiu que não decidiu sozinha.

Perante a comissão, na quinta-feira, a secretária regional da Saúde e da Segurança Social, Mónica Seidi, defendeu que “não era solução” realizar obras no HDES e “atender aos utentes” em simultâneo, acrescentando que, por razões de segurança clínica, o Governo Regional decidiu investir na instalação de um hospital modular e, ao mesmo tempo, preparar uma intervenção de fundo no edifício principal.

“O bem-estar e a segurança dos utentes estão acima da política e dos partidos”, salientou Mónica Seidi.

A secretária regional da Saúde e da Segurança Social insistiu também que todas as opções tomadas pelo Governo Regional de coligação (PSD, CDS-PP e PPM) no âmbito do incêndio tiveram por base “critérios clínicos” e lembrou que, se assim não fosse, provavelmente estaria hoje a ser julgada por mortes que poderiam ter ocorrido, mas que, felizmente, não ocorreram.

Em 03 de abril, aquele engenheiro, quando ouvido na comissão de inquérito, alertou para os riscos de novos incêndios na maior unidade de saúde dos Açores e defendeu que o edifício principal já podia ter sido reaberto na totalidade.

No dia 04 de maio de 2024, o HDES, o maior hospital dos Açores, foi afetado por um incêndio, que obrigou à transferência de todos os doentes para outras unidades de saúde da região, da Madeira e do continente.

NR/HN/Lusa

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