CDS propõe que drones monitorizem praias não vigiadas

29 de Junho 2020

O CDS-PP entregou na Assembleia da República um projeto de resolução no qual recomenda ao Governo o reforço, pela Marinha e Polícia Marítima, da vigilância nas praias não concessionadas e também com recurso a drones.

A iniciativa, que deu entrada no parlamento na quinta-feira, pede ao Governo que “reforce o apoio da Marinha nas praias vigiadas e aumente a vigilância nas praias não vigiadas, quer seja por efetivos militares ou da Polícia Marítima, ou por meio de UAV (veículos aéreos não tripulados)”, como drones.

“Os efetivos militares, ou a própria Polícia Marítima, devem estar também ao serviço para criar um aumento da vigilância das praias não vigiadas. Propomos inclusivamente a utilização dos drones, que a Marinha já tem mas que eventualmente pode reforçar através de um aluguer”, assinalou o deputado João Gonçalves Pereira.

Devido à pandemia de covid-19, os banhista são aconselhados a adotar medidas, como a manutenção da distância de segurança no areal e no mar, pelo que o CDS-PP está preocupado que as praias não vigiadas possam ser mais concorridas este ano e com os riscos que daí podem advir.

“As condicionantes, as novas regras que são impostas para a lotação nas praias vigiadas, que obrigam a um distanciamento e obrigam necessariamente a uma diminuição do número de pessoas na praia, obriga as pessoas a tentarem encontrar outras soluções”, assinalou o deputado João Gonçalves Pereira em declarações à agência Lusa.

“E as outras soluções passam necessariamente por praias não vigiadas”, notou.

Salientando que “o CDS está com uma grande preocupação relativamente à assistência a banhistas para este ano”, o centrista exemplificou que “entre Sines e Troia são 75 quilómetros de praia e apenas três quilómetros são vigiados”.

“As praias não vigiadas não têm essa mesma assistência [a banhistas] e já começamos a ter números muito preocupantes”, alertou o deputado, indicando que “até ao final de maio já houve 46 mortes por afogamento, mais 64% face ao período homólogo”.

Neste projeto de resolução, os deputados centristas recomendam também ao executivo liderado pelo socialista António Costa que crie “um apoio excecional para que os concessionários das praias vigiadas possam fazer face à redução da atividade e adaptarem-se a todas as obrigações de segurança” e também “incentivos sociais e fiscais para quem trabalhar sazonalmente como nadador-salvador”.

“O concessionário de praia este ano vai ter, não só uma limitação que decorre das regras dos próprios restaurantes e bares, mas vai ter essas mesmas restrições no seu concessionário, como ainda tem um custo acrescido face às obrigações de segurança, dos produtos que vai ter que vai ter de utilizar, de proteção individual dentro dos restaurantes”, justificou Gonçalves Pereira.

O CDS pede que sejam fornecidos “aos nadadores-salvadores os equipamentos de proteção individual necessários” – como máscara, óculos, bata ou avental, touca, luvas e desinfetante – e que sejam homologados “novos equipamentos de salvamento”.

Nesta resolução, que pretende “dar um contributo a esta discussão”, o grupo parlamentar dos democratas-cristãos pede ainda que sejam promovidas “campanhas de sensibilização face ao risco de afogamento”, estimando que este verão os nadadores-salvadores não serão “suficientes para responder às necessidades de apoio aos banhistas”.

No texto defende-se também que “é necessário proceder a alterações à legislação em vigor”, e indica que o CDS já está “a trabalhar” nesse âmbito.

NR/HN/Lusa

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Novos diagnósticos de VIH aumentam quase 12% na UE/EEE em 2023

 A taxa de novos diagnósticos de pessoas infetadas pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) cresceu 11,8% de 2022 para 2023 na União Europeia/Espaço Económico Europeu, que inclui a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein, indica um relatório divulgado hoje.

Idade da reforma sobe para 66 anos e nove meses em 2026

A idade da reforma deverá subir para os 66 anos e nove meses em 2026, um aumento de dois meses face ao valor que será praticado em 2025, segundo os cálculos com base nos dados provisórios divulgados hoje pelo INE.

Revolução no Diagnóstico e Tratamento da Apneia do Sono em Portugal

A Dra. Paula Gonçalves Pinto, da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, concorreu à 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH), com um projeto inovador para o diagnóstico e tratamento da Síndrome de Apneia Hipopneia do Sono (SAHS). O projeto “Innobics-SAHS” visa revolucionar a abordagem atual, reduzindo significativamente as listas de espera e melhorando a eficiência do processo através da integração de cuidados de saúde primários e hospitalares, suportada por uma plataforma digital. Esta iniciativa promete não só melhorar a qualidade de vida dos doentes, mas também otimizar os recursos do sistema de saúde

Projeto IDE: Inclusão e Capacitação na Gestão da Diabetes Tipo 1 nas Escolas

A Dra. Ilka Rosa, Médica da Unidade de Saúde Pública do Baixo Vouga, apresentou o “Projeto IDE – Projeto de Inclusão da Diabetes tipo 1 na Escola” na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. Esta iniciativa visa melhorar a integração e o acompanhamento de crianças e jovens com diabetes tipo 1 no ambiente escolar, através de formação e articulação entre profissionais de saúde, comunidade educativa e famílias

Cerimónia de Abertura da 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde: Inovação e Excelência no Setor da Saúde Português

A Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH) realizou a cerimónia de abertura da 17ª edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, destacando a importância da inovação e excelência no setor da saúde em Portugal. O evento contou com a participação de representantes de várias entidades de saúde nacionais e regionais, reafirmando o compromisso com a melhoria contínua dos cuidados de saúde no país

Crescer em contacto com animais reduz o risco de alergias

As crianças que crescem com animais de estimação ou em ambientes de criação de animais têm menos probabilidade de desenvolver alergias, devido ao contacto precoce com bactérias anaeróbias comuns nas mucosas do corpo humano.

MAIS LIDAS

Share This