Rui Rio, que falava no Porto à margem de uma conferência de imprensa sobre as propostas de alteração de funcionamento da Assembleia da República, escusou-se a comentar o pedido de demissão feito pelo seu partido na Assembleia Municipal de Lisboa que visa o presidente da câmara da capital, Fernando Medina, referindo que não comenta “recados”.
“Não me queria meter nisso por uma razão muito simples. O dr. Fernando Medina veio dizer, por palavras um pouco mais violentas do que as minhas, aquilo que eu já disse. Objetivamente, o combate à pandemia está a correr mal em Lisboa e Vale do Tejo (…). São guerras da Câmara de Lisboa com o Governo ou guerras com o PS e recados uns para os outros e isso não comento”, disse Rui Rio.
Fernando Medina disse na segunda-feira, no espaço de comentário da TVI24, que o aumento do número de infetados por covid-19 na região se deve a “más chefias” e à falta de profissionais no terreno, exigindo respostas rápidas.
“É uma nota direta a todos os responsáveis relativamente a esta matéria, que é preciso agir rápido. Ou há capacidade de conter isto rápido ou então têm de ser colocadas as pessoas certas nos sítios certos”, sublinhou o autarca socialista e presidente da Área Metropolitana de Lisboa.
Hoje, o PSD representado na Assembleia Municipal de Lisboa defendeu que o presidente da autarquia deve ser demitir-se.
Rui Rio aproveitou para frisar que do seu ponto de vista o combate à pandemia do novo coronavírus “está a correr mal” na região de Lisboa e Vale do Tejo o que, salientou, “pode significar que pode correr mal em Portugal”.
“Porque [Lisboa] é o pior sítio para correr mal. É o sítio onde vão mais pessoas e de onde saem mais pessoas. Para contaminar o país é o sítio pior de todos”, referiu.
O presidente do PSD foi ainda questionado sobre se o problema atual é de autoridade de saúde ou de responsabilidade política, tendo respondido que “no fim é sempre um problema político”.
“O responsável é sempre o primeiro-ministro, o anterior é a ministra, antes o secretário de Estado, a diretora-geral. No fim é sempre um problema político, mas também é preciso que haja capacidade técnica para aconselhar o poder político”, disse o líder dos sociais-democratas.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 505.500 mortos, incluindo 1.576 em Portugal.
O Governo decidiu na semana passada que Portugal vai estar, a partir de quarta-feira, dividido em três níveis de alerta para fazer face à pandemia de covid-19, passando a maior parte do país para situação de alerta, enquanto a Área Metropolitana de Lisboa (AML) para situação de contingência (nível intermédio) e 19 freguesias da AML mantêm o estado de calamidade.
LUSA/HN
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