“Faremos a mobilização das pessoas para essa vigília, para demonstrar que todos nós reconhecemos a importância e a necessidade de que, quem tem responsabilidades, tem de as assumir plenamente, porque, neste caso, o que está em causa é a saúde pública, a saúde das pessoas”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins.
“Chegámos ao ponto de pedir uma audiência ao senhor primeiro-ministro, tendo em conta que os problemas se estavam a agravar no centro hospitalar, mas o primeiro-ministro entendeu delegar essa responsabilidade na senhora ministra da Saúde, que até hoje não disse nada”, acrescentou o autarca setubalense.
Segundo André Martins, a posição assumida pelos três municípios surge na sequência da primeira reunião do Fórum Intermunicipal da Saúde, em que também participaram os presidentes das câmaras municipais de Palmela, Álvaro Amaro, e de Sesimbra, Francisco Jesus, face à alegada falta de resposta aos problemas do CHS, a que pertencem o Hospital de São Bernardo (HSB) e o Hospital do Outão, e ao agravamento da pandemia de covid-19.
No encontro, que contou com as presenças do diretor clínico do CHS, Nuno Fachada, representantes do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e do Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica e das Ligas de Amigos do HSB e do Outão, foi também exigida a reclassificação do Hospital de São Bernardo, o reforço da contratação de médicos de família, enfermeiros e outros profissionais para os cuidados de saúde primários.
O documento aprovado pelos participantes no Fórum Intermunicipal da Saúde dos três municípios salienta as dificuldades do CHS em dar resposta à população, “face às carências existentes e ao agravamento da situação pandémica”.
“Após diversas promessas, é o momento de o Centro Hospitalar de Setúbal ser reclassificado para o grupo D dos hospitais, ou seja, deixar de ser financiado como um simples hospital distrital e passar a ser uma unidade multidisciplinar”, defendem os signatários do documento.
No final do passado mês de setembro, o diretor clínico do CHS, Nuno Fachada, pediu a demissão face à “situação de rotura e agravamento nas urgências médicas, obstétrica, EEMI [Equipa de Emergência Médica Intra-Hospitalar]”, assim como “dificuldades noutras escalas como a pediátrica, cirúrgica, via verde AVC e urgências internas”.
Solidários com os motivos invocados no pedido de demissão do diretor clínico, 86 diretores e chefes de serviços do CHS também apresentaram o pedido de demissão no início de outubro, embora tivessem continuado todos ao serviço.
LUSA/HN
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