Três municípios organizam vigília para exigir respostas do Governo ao Centro Hospitalar de Setúbal

18 de Dezembro 2021

Os três municípios da área de influência do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), Palmela, Sesimbra e Setúbal, apelaram ao reforço de meios naquela unidade de saúde e à participação da população numa vigília a realizar no dia 11 de janeiro.

“Faremos a mobilização das pessoas para essa vigília, para demonstrar que todos nós reconhecemos a importância e a necessidade de que, quem tem responsabilidades, tem de as assumir plenamente, porque, neste caso, o que está em causa é a saúde pública, a saúde das pessoas”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins.

“Chegámos ao ponto de pedir uma audiência ao senhor primeiro-ministro, tendo em conta que os problemas se estavam a agravar no centro hospitalar, mas o primeiro-ministro entendeu delegar essa responsabilidade na senhora ministra da Saúde, que até hoje não disse nada”, acrescentou o autarca setubalense.

Segundo André Martins, a posição assumida pelos três municípios surge na sequência da primeira reunião do Fórum Intermunicipal da Saúde, em que também participaram os presidentes das câmaras municipais de Palmela, Álvaro Amaro, e de Sesimbra, Francisco Jesus, face à alegada falta de resposta aos problemas do CHS, a que pertencem o Hospital de São Bernardo (HSB) e o Hospital do Outão, e ao agravamento da pandemia de covid-19.

No encontro, que contou com as presenças do diretor clínico do CHS, Nuno Fachada, representantes do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e do Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica e das Ligas de Amigos do HSB e do Outão, foi também exigida a reclassificação do Hospital de São Bernardo, o reforço da contratação de médicos de família, enfermeiros e outros profissionais para os cuidados de saúde primários.

O documento aprovado pelos participantes no Fórum Intermunicipal da Saúde dos três municípios salienta as dificuldades do CHS em dar resposta à população, “face às carências existentes e ao agravamento da situação pandémica”.

“Após diversas promessas, é o momento de o Centro Hospitalar de Setúbal ser reclassificado para o grupo D dos hospitais, ou seja, deixar de ser financiado como um simples hospital distrital e passar a ser uma unidade multidisciplinar”, defendem os signatários do documento.

No final do passado mês de setembro, o diretor clínico do CHS, Nuno Fachada, pediu a demissão face à “situação de rotura e agravamento nas urgências médicas, obstétrica, EEMI [Equipa de Emergência Médica Intra-Hospitalar]”, assim como “dificuldades noutras escalas como a pediátrica, cirúrgica, via verde AVC e urgências internas”.

Solidários com os motivos invocados no pedido de demissão do diretor clínico, 86 diretores e chefes de serviços do CHS também apresentaram o pedido de demissão no início de outubro, embora tivessem continuado todos ao serviço.

LUSA/HN

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