Esta posição de Carlos César consta de uma mensagem a propósito do 49.º aniversário do PS, que será assinalado não hoje, dia de luto nacional pela morte da atriz Eunice Muñoz, mas apenas na quarta-feira, na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, pelas 21:00.
“Estamos, de novo, a viver tempos que não são fáceis para os governos, e ainda menos para as pessoas, para as famílias e também muito penosos para as empresas”, refere o presidente do PS, numa alusão às consequências da guerra na Ucrânia.
Para o membro do Conselho de Estado e antigo presidente do Governo Regional dos Açores, é no reconhecimento dessa conjuntura difícil “que importa agir no curto prazo, adequando ou revendo políticas e meios, onde e quando necessário, sem prejuízo dos objetivos mais continuados”.
Sejam os objetivos “resultantes da emergência climática ou da transição digital, sejam os da eficiência da administração e dos serviços públicos ou da qualificação dos recursos humanos e empresariais em geral”, especifica.
Na sua mensagem, o presidente do PS sustenta que, ao longo do último meio século, o seu partido “esteve desde que restabelecida a democracia em 1974 nos impulsos modernizadores essenciais e nos grandes desafios e nos avanços que o país viveu e conheceu”.
Carlos César aponta depois como exemplos a descolonização, a recriação do poder local, a constitucionalização das autonomias insulares, a integração europeia, ou a “superação de crises gravíssimas” como a que agora se atravessa na sequência da pandemia da covid-19 “e com a guerra na Europa movida pela Rússia”.
“Fomos e somos o partido de várias gerações de portugueses; um vasto espaço de pluralidade e de construção contínua. Porém, hoje, como ao longo deste quase meio século, as nossas inquietações e as nossas lutas radicam-se na mesma ambição: viver em liberdade e em paz e concretizar uma sociedade dinâmica, florescente, mais justa, menos desigual”, considera o membro do Conselho do Estado e antigo líder parlamentar do PS.
Carlos César reitera a sua posição de que o PS não é no país “um partido de ocasião”, sendo antes “a esquerda portuguesa empenhada na proteção da fronteira entre a liberdade económica e a igualdade de oportunidades, evitando que uma prejudique a outra”.
“Somos a esquerda defensora do Estado que é necessário, do Estado simultaneamente envolvido na segurança das pessoas e no estímulo às suas iniciativas e à sua criatividade; a esquerda persistente, que contraria as narrativas da inevitabilidade das desigualdades e do conformismo com a pobreza; a esquerda corajosa – com passado, presente e futuro -, que se libertou do conservadorismo e que se exercita no reformismo progressista; a esquerda portuguesa empenhada na construção de um espaço institucional europeu, ativo, solidário e democrático”, defende.
Para Carlos César, compete a atual direção do PS “honrar esse património”.
“Agora que, uma vez mais, estamos a governar Portugal”, acrescenta.
LUSA/HN
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