Em causa estão cerca de 2.000 metros quadrados no piso subterrâneo do ‘shopping’ que, no distrito de Aveiro, foi inaugurado nos anos 2000 após uma reconversão arquitetónica que ainda hoje mantém a traça original da antiga fábrica da Suil – Sociedade União Industrial de Laticínios, no estilo construtivo próprio das grandes unidades empresariais da década de 1950.
Tendo nos grupos escolares o seu público principal, as três salas de cinema acabaram por revelar-se financeiramente insustentáveis devido à concorrência por parte de centros comerciais maiores e de plataformas de visionamento online, mas serão agora adaptadas à atividade desportiva pelo grupo Fitness Up, que já conta com 30 ginásios em várias regiões do país e este sábado chega ao Algarve, abrindo em Olhão o seu 31º estabelecimento.
“Vamos ocupar os cinemas, as lojas e as áreas comuns de todo o piso -1, e nesta fase estamos a tratar do projeto para garantir que cumprimos todas as questões relacionadas com a preservação da arquitetura original do edifício, que é um requisito da Câmara Municipal para a obra”, declara à Lusa o fundador e diretor-geral do grupo Fitness Up, Hélder Marinho Ferreira.
Mesmo com essas exigências técnicas, a empreitada não deverá ter um prazo superior a seis meses, pelo que, contando que os trabalhos possam arrancar no final de 2022, o empresário espera ter o ginásio em pleno funcionamento no próximo verão. “Não vai ser uma obra mais complexa do que aquelas que já nos habituámos a fazer noutros pontos do país”, assegura.
Propondo-se criar 40 postos de trabalho, o investimento de 1,2 milhões de euros será suportado “integralmente com fundos próprios do grupo” e Hélder Marinho Ferreira espera recuperá-lo “rapidamente, se não houver outra pandemia” que obrigue a suspender a atividade do setor, como aconteceu com a covid-19.
Para esse desempenho deverá contribuir a densidade habitacional da zona, já que, instalado na freguesia de São João de Ver, à face da Estrada Nacional 1, o ginásio ficará localizado “num meio urbano com muita população” e rodeado por bastante indústria e serviços.
“Foi uma questão de oportunidade e aproveitámos, porque há ali um microclima muito vantajoso com as lojas e os escritórios do centro comercial, muita habitação e comércio em volta, grande oferta de estacionamento e uma estrada extremamente movimentada em frente”, realça Hélder Marinho Ferreira.
Em 2020 e 2021 a faturação da marca Fitness Up registou “uma quebra de 50% devido à covid-19”, mas o empresário nota que, mesmo assim, o volume de negócios do grupo “situou-se entre os 11 e os 13 milhões de euros por ano”, sendo que as expectativas para 2022 são mais positivas.
“Apesar da pandemia, temos conseguido crescer devido à abertura dos novos ginásios e esperamos fechar 2022 com uma faturação na ordem dos 24 milhões”, adianta.
Nessas contas vai influir a receita de mais cinco ginásios que o grupo pretende inaugurar até dezembro: três no Porto, em específico na zona industrial, nas proximidades do Estádio do Bessa e junto ao Hospital São João, e os restantes em Carcavelos e no centro de Lisboa.
LUSA/HN
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