Desemprego em Macau cai para níveis registados antes da pandemia

31 de Maio 2024

A taxa de desemprego em Macau caiu 0,2 pontos percentuais para 1,9% entre fevereiro e abril, o nível mais baixo desde antes do início da pandemia, foi hoje anunciado.

A última vez que a taxa de desemprego ficou abaixo de 2% foi no período entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020, de acordo com a Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) de Macau.

Um valor ainda assim aquém do mínimo histórico de 1,7% atingido antes do início da pandemia de covid-19.

Num comunicado, a DSEC sublinhou ainda que a taxa de desemprego das pessoas com estatuto de residente foi de 2,5%, menos 0,2 pontos percentuais do que no período anterior, entre janeiro e março.

Cerca de 1.200 pessoas, incluindo 400 residentes, encontraram emprego entre fevereiro e abril, elevando para cerca de 372.300 o número de pessoas a trabalhar em Macau.

Pelo contrário, o número de pessoas a trabalhar a tempo parcial por não conseguir encontrar um emprego a tempo inteiro diminuiu em 200, para 5.400, representando 1,4% da população, menos 0,1 pontos percentuais.

A DSEC disse que a recuperação se deve sobretudo às atividades financeiras, assim como à construção civil e restauração, dois setores que contrataram no total cerca de duas mil pessoas entre fevereiro e abril.

O desemprego caiu apesar das empresas de Macau terem contratado quase 28 mil trabalhadores sem estatuto de residentes desde que a região administrativa especial chinesa voltou a abrir as fronteiras a estrangeiros, em janeiro de 2023.

De acordo com dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública divulgados hoje, Macau tinha 179.768 trabalhadores não residentes no final de abril, mais 27.890 do que em janeiro de 2023.

Nessa altura, a mão-de-obra vinda do exterior, incluindo da China continental, tinha caído para menos de 152 mil, o número mais baixo desde abril de 2014.

A cidade tinha perdido quase 45 mil não residentes (11,3% da população ativa) desde o pico máximo de 196.538, atingido em dezembro de 2019, no início da pandemia.

As estatísticas, divulgadas pela Direção dos Serviços para os Assuntos Laborais, revelam que o número de trabalhadores não residentes tem vindo a aumentar há 15 meses seguidos, atingindo o valor mais elevado desde o final de 2020.

A área da hotelaria e da restauração foi a que mais contratou desde janeiro de 2023, ganhando 13.819 trabalhadores não residentes.

Este setor tinha sido precisamente o mais atingido pela perda de mão-de-obra durante a pandemia, tendo despedido mais de 17.600 funcionários vindos do exterior.

Macau, que à semelhança da China seguia a política ‘zero covid’, reabriu as fronteiras a todos os estrangeiros, incluindo trabalhadores não residentes, em 08 de janeiro de 2023, depois de quase três anos de rigorosas restrições.

A economia de Macau ainda está a recuperar da crise económica criada pela pandemia, que levou a taxa de desemprego a atingir 4% no terceiro trimestre de 2022, o valor mais alto desde 2006.

NR/HN/Lusa

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