Mais cinco mortes no lar de Alcáçovas elevam para oito as vítimas do surto

30 de Dezembro 2020

Cinco utentes do lar da Misericórdia de Alcáçovas que estavam infetados com Covid-19 morreram na terça-feira, elevando para oito o número de vítimas mortais do surto naquela instituição, confirmou hoje à Lusa o provedor, João Penetra.

Duas destas cinco vítimas morreram nas instalações do lar da Santa Casa da Misericórdia de Alcáçovas, no concelho de Viana do Alentejo, enquanto outras três vítimas foram registadas no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), onde se encontram internados, agora, quatro utentes da instituição.

Depois das duas primeiras vítimas do surto, duas mulheres que perderam a vida na sexta-feira e no sábado, no HESE, uma terceira mulher morreu na segunda-feira no hospital, antes das cinco mortes registadas na terça-feira.

À agência Lusa, João Penetra lembrou que estas cinco vítimas eram pessoas “que já estavam muito debilitadas” antes de surgir o surto de Covid-19 na instituição e faziam parte de um grupo de 20 utentes nessas condições, que “representam uma preocupação redobrada”.

“São pessoas com outras patologias, que o vírus pode ter agravado, e que apesar do seu estado de saúde ser muito frágil temo-nos esforçado para preservar o máximo possível a vida de cada um”, explicou o provedor.

Há ainda a registar, nos últimos dias, a morte de dois utentes que “testaram negativo” nos despistes anteriores, mas que, “havendo um surto na instituição”, a hipótese de terem sido também vítimas da Covid-19 “não é de excluir”.

Assim, de acordo com a última atualização publicada pela Misericórdia de Alcáçovas e confirmada hoje pelo provedor, continuam, neste momento, 44 utentes infetados, dos quais 40 estão nas instalações do lar e quatro permanecem internados no HESE.

O número de trabalhadores infetados, 21, mantém-se inalterado desde sábado, mas na segunda-feira foram novamente testados 52 funcionários e 80 utentes que tinham tido resultados negativos na última testagem realizada pela Autoridade de Saúde Local.

Os resultados destes últimos testes ainda não eram conhecidos quando a Lusa falou com João Penetra, que aguardava por uma atualização “a qualquer momento”.

Ausentes do serviço continuam 34 colaboradores, dos quais 21 estão em quarentena, nove em isolamento profilático e quatro de baixa médica por outras doenças não Covid-19.

Os recursos humanos da instituição foram, entretanto, reforçados com 24 operacionais, entre os quais 20 são trabalhadores de duas empresas privadas e quatro pertencem às brigadas de intervenção rápida da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) e Segurança Social.

Nos últimos dias, destaca a Misericórdia em comunicado, estiveram também “no terreno” duas médicas, três enfermeiros, uma fisioterapeuta e uma voluntária da delegação de Alcáçovas da CVP a “avaliar permanentemente os sinais vitais dos doentes”.

Devido ao surto, a Misericórdia de Alcáçovas encerrou os serviços destinados à infância, que incluem uma creche, centro de atividades de tempos livres e oficina das artes.

De acordo com João Penetra, este surto terá tido origem num enfermeiro prestador de serviços no lar e que ficou infetado, tendo os testes a utentes e funcionários sido realizados no dia 7 de dezembro, após o que foram detetados os primeiros casos.

LUSA/HN

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