Num comunicado enviado à AFP, a polícia refere que em manifestações anteriores deste tipo “uma grande parte dos participantes ignorou a obrigação de usar máscara e de respeitar a distância social”, pelo que se pretendeu evitar que a situação se repetisse, numa alusão aos milhares de austríacos que violaram as regras sanitárias na rua, em meados de janeiro.
O antigo ministro do Interior Herbert Kickl, membro do partido de extrema-direita FPÖ, tinha apelado à realização da manifestação, que visava protestar contra o recolher obrigatório e o terceiro confinamento em vigor na Áustria.
Seria a primeira vez que este partido organizaria oficialmente um protesto contra as medidas decididas pelo Governo eco-conservador para tentar limitar a disseminação da pandemia de covid-19 no país.
“Assistimos a uma censura inédita”, insurgiu-se Kickl no sábado, em declarações aos jornalistas, considerando tratar-se de “um escândalo”.
Face à proibição inicial do protesto, o FPÖ apresentou um segundo pedido de autorização para “defender a democracia, a liberdade e os direitos fundamentais”, mas este acabaria, contudo, por ser também rejeitado pela polícia.
Na base desta decisão das forças policiais esteve “a transmissibilidade acrescida das novas variantes” do coronavírus e “a impossibilidade de rastrear contactos” entre o grupo de manifestantes.
Segundo a AFP, 15 dos 17 pedidos de manifestações apresentados para este fim de semana foram recusados pela polícia austríaca. Apenas pequenas iniciativas promovidas por elementos sem referência prévia pelas autoridades foram autorizadas.
Apesar do novo confinamento em vigor e do apertar das regras do recolher obrigatório decretado desde antes do Natal, a Áustria, que conta com 8,9 milhões de habitantes, registou hoje 1.190 novas infeções.
Segundo uma sondagem divulgada no sábado pelo semanário Profil, 64% dos austríacos defendem o encerramento dos teleféricos dos ‘resorts’ de esqui, atualmente abertos. Já as escolas, recintos desportivos, hotéis, restaurantes, lojas de bens não essenciais e espaços culturais estão fechados.
A oposição social-democrata afirmou-se no sábado a favor de uma reabertura das escolas a 08 de fevereiro.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.206.873 mortos resultantes de mais de 102 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 12.179 pessoas dos 711.081 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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