Vacinação em crianças sem previsão “para já” nos Açores

31 de Julho 2021

O secretário da Saúde do Governo dos Açores, Clélio Meneses, disse hoje que a vacinação contra a covid-19 em crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades não está prevista “para já” na região.

Em declarações à agência Lusa, Clélio Meneses disse que seria “extemporâneo” anunciar a vacinação naquela faixa etária, uma vez que o “objetivo” do Governo dos Açores é chegar “ao final de agosto com 70% da população” vacinada.

Por outro lado, o secretário regional da Saúde disse esperar o surgimento de novos dados científicos, nas “próximas semanas”, para que seja possível “tomar uma decisão com segurança”.

“Até atingirmos a vacinação de 70% da população esperamos que haja evidência científica de segurança de vacinar a população entre os 12 e os 16 anos”, indicou.

Segundo o responsável, “é isso que está a ser avaliado”.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomendou hoje a administração de vacinas contra a covid-19 em crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades em Portugal continental.

“Há dúvidas, a própria DGS, o que afirma, é que esta vacinação não é generalizada”, apontou.

O responsável frisou que, “para já, não se coloca” a questão da vacinação em crianças nos Açores.

“Até seria extemporâneo dizer que vamos vacinar quando ainda temos de vacinar outras populações. Temos de ser pragmáticos”, disse, questionado sobre a eventual vacinação em crianças naquela faixa etária, como vai acontecer em Portugal continental.

Clélio Meneses realçou que, nos Açores, o plano regional de vacinação está a ser seguido até se atingir 70% da população com pelo menos uma dose da vacina.

“Vamos vacinando de acordo com as respetivas estruturas etárias e patologias, no sentido de garantirmos os 70% da população vacinada durante o mês de agosto”, declarou.

O governante destacou que os estudantes do ensino superior foram incluídos no plano regional de vacinação.

Apesar da decisão da DGS, Clélio Meneses realçou que a vacinação das crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades no continente não está prevista para o mês de agosto.

A DGS considerou hoje que deve ser dada a possibilidade de vacinação a todas as crianças desta faixa etária por indicação médica e de acordo com a disponibilidade de vacinas, remetendo o acesso universal destas idades para mais tarde.

Os Açores vão intensificar a vacinação contra a covid-19 nas ilhas Terceira e São Miguel a partir da próxima semana, alargando horários e o número de inoculações diárias, anunciou na quinta-feira o secretário regional da Saúde.

“A partir da próxima semana, em São Miguel, serão ultrapassadas as 2.000 doses diárias. Na Terceira, com o incremento que estamos também a desenvolver, [vão ser] entre as 1.000 e as 1.500 doses diárias”, avançou o titular da pasta da Saúde nos Açores.

As ilhas Terceira e São Miguel, as duas mais populosas dos Açores, são as que têm taxas de vacinação mais baixas.

“Há um reforço que decorre da bolsa de enfermeiros que a Ordem dos Enfermeiros disponibilizou à região. Para além disso, há um incremento ao nível do número de espaços de vacinação em cada posto e dos respetivos horários”, acrescentou.

Os Açores têm 60% de população com pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19 e 56% com a vacinação completa.

“Já inoculámos mais de 275 mil doses. Com a primeira dose já ultrapassámos os 60% e com a vacinação completa já ultrapassámos os 56%”, avançou.

Segundo o governante, sete das nove ilhas dos Açores têm mais de 70% da população inoculada com pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19 e cinco ilhas têm mais de 70% com vacinação completa: Corvo, Santa Maria, São Jorge, Graciosa e Pico.

Confrontado com relatos de pessoas de faixas etárias mais velhas que não foram contactadas, o secretário regional da Saúde disse que os “problemas estão identificados e estão a ser averiguados”, apelando à população com mais de 40 anos para contactar os centros de saúde ou centros de vacinação.

“Quem tenha mais de 40 anos e não foi ainda chamado, certamente foi por algum lapso ou de identificação ou de contacto”, assegurou.

LUSA/HN

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