PSD salienta que Plano de Emergência para a Saúde é para aplicar até ao fim de 2025

5 de Setembro 2024

O PSD salientou hoje que o Plano de Emergência para a Saúde é para aplicar até ao fim de 2025 e que o recurso aos setores social e privado é atualmente uma necessidade para ajudar o SNS.

Estas posições foram transmitidas pelo vice-presidente da bancada social-democrata e ex-bastonário da Ordem dos Médicos Miguel Guimarães na Assembleia da República, numa reação às medidas também hoje anunciadas pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Miguel Guimarães elogiou a forma “tranquila, serena e humilde” como a ministra da Saúde apresentou o balanço dos primeiros meses do Plano de Emergência para a Saúde e considerou que oito das medidas urgentes já foram concretizadas pelo Governo e que “outras estão em andamento”.

“Entre 01 de maio e 31 de agosto, conseguiram-se fazer mais 16% de cirurgias oncológicas relativamente ao período homólogo de 2023. E foram anunciados para já dois centros clínicos, um em Lisboa e outro no Porto, que permitirão retirar utentes com doenças agudas não urgentes dos centros de urgência”, apontou.

Depois, numa resposta indireta às críticas dos partidos da oposição, o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD frisou que o Plano de Emergência para a Saúde “é para aplicar até ao fim de 2025”.

”É importante dizer isto, porque não se consegue alterar várias coisas que não estão bem em tão pouco tempo, em três ou quatro meses. Este aspeto é relevante sobretudo no caso das maternidades, que necessitam de alterações profundas e que demoram algum tempo a realizar para que no futuro funcionem de forma regular, sem os encerramentos que agora acontecem em algumas zonas do país”, alegou.

Miguel Guimarães estendeu este argumento também ao problema da falta de médicos da família, referindo que a ministra da Saúde anunciou hoje a criação a breve prazo de 20 Unidades de Saúde Familiar modelo C, dez das quais na região de Lisboa. Estas unidades modelo C podem envolver cooperativas de médicos ou os setores social e privado.

Interrogado se o atual executivo PSD/CDS está a privilegiar o recurso aos setores privado e social, desinvestindo no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o “vice” da bancada social-democrata rejeitou essa tese.

“Se nós olharmos para o Orçamento no ano passado, verificamos que dos 15 mil milhões de euros cerca de oito mil milhões de euros foram destinados a fazer pagamentos ao setor social privado, incluindo medicamentos, já que têm um peso importante. Quando não temos capacidade interna no SNS, não podemos deixar abandonados os nossos doentes”, respondeu.

Para o ex-bastonário da Ordem dos Médicos, o importante é atrair mais médicos ao SNS para o reforçar, principalmente jovens obstetras.

“Mas, enquanto não temos capacidade instalada para uma resposta nos tempos clínicos aceitáveis, os doentes têm de ter uma resposta garantida pelo SNS, seja no privado ou no social. A questão de termos os setores social e privado a ajudarem o SNS é por necessidade”, defendeu.

Perante os jornalistas, Miguel Guimarães realçou ainda a medida anunciada pela ministra Ana Paula Martins referente à atualização do valor das convenções para a realização de ecografias obstétricas, “que estavam muito pouco valorizadas”.

“Este ajustamento do valor da convenção é muito importante para melhorar o acesso a essas ecografias – uma medida que terá um custo de 1,6 milhões de euros por ano”, acrescentou.

NR/HHN/Lusa

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