“O Governo sabia que a situação no INEM era dramática e escolheu não atuar. Escolheu fazer um braço de ferro com os profissionais do INEM, com os técnicos, quando sabia que o INEM estava a depender do trabalho extraordinário. É uma atitude irresponsável e autoritária por parte da ministra e é por isso que o BE insiste que a ministra se demita, porque não tem condições políticas para resolver os problemas do INEM”, defendeu Fabian Figueiredo, em declarações na Assembleia da República.
O bloquista afirmou que o Governo “podia ter impedido a greve no INEM se tivesse atendido o telefone ao sindicato” e, além de ter “decidido não o fazer”, “mentiu ao país”, acusou.
“Toda a gente sabe, todo o país sabe, que a ministra, o primeiro-ministro, a direção do INEM, sabiam 10 dias antes de a greve começar que ela ia se realizar. O Governo sabia também que o INEM dependia do trabalho extraordinário dos seus profissionais”, criticou.
Acusando o executivo de ter sido “absolutamente irresponsável, negligente e autoritário na condução de todo o processo do INEM desde que tomou posse”, Fabian Figueiredo apelou aos partidos que aprovem a proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2025 do partido “para contratar os técnicos em falta” e “valorizar os salários dos técnicos” deste instituto.
“Segundo a informação disponibilizada pela comunicação social, já faleceram 11 pessoas. Isto foi longe demais. Por isso, que se contratem as pessoas que fazem falta no INEM, que se chegue a acordo de uma vez por todas com os técnicos do INEM, que se consiga valorizar estas profissões para que seja possível preencher todo o quadro do INEM de técnicos, psicólogos, enfermeiros, de todos os que fazem falta, porque estamos a falar do serviço de emergência médica”, alertou.
Na opinião dos bloquistas, Ana Paula Martins “já mostrou, uma vez atrás da outra, no caso do INEM ou na gestão catastrófica das urgências este verão, que se deve ir embora”.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um inquérito aos casos de mortes noticiados nos últimos dias por alegados atrasos no atendimento do INEM.
As falhas ou atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para os CODU, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), devido à greve dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, têm levantado forte polémica.
As mortes alegadamente relacionadas com a falta de socorro por parte do INEM também já motivaram a abertura de cinco inquéritos pelo Ministério Público (MP), um dos quais arquivado por ausência de indícios de crime.
NR/HN/Lusa
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