Governo brasileiro diz que vacinação no país começará em janeiro de 2021

9 de Setembro 2020

O ministro interino da Saúde brasileiro, Eduardo Pazuello, disse esta terça-feira que o país dará início à vacinação da população contra o novo coronavírus em janeiro do próximo ano.

A informação foi dada durante uma entrevista feita por uma ‘youtuber’ brasileira de 10 anos que, a convite do Presidente, Jair Bolsonaro, questionou vários ministros do atual executivo.

A criança, chamada Esther, questionou Pazuello que haverá vacina para a Covid-19 disponível para todos os brasileiros.

“Esse é o plano. Estamos a fazer os contratos com quem está a fazer a vacina e a previsão é que essa vacina chegue para nós a partir de janeiro. Em janeiro do ano que vem, começaremos a vacinar todo o mundo”, respondeu o ministro interino da Saúde, o militar Eduardo Pazuello.

Já o chefe de Estado, Jair Bolsonaro, voltou esta terça-feira a defender a não obrigatoriedade da vacina contra o novo coronavírus no Brasil, assim que estiver disponível.

“Não podemos injetar qualquer coisa nas pessoas e muito menos obrigar. Eu falei, inclusive, que ninguém vai ser obrigado a tomar vacina, e o mundo caiu na minha cabeça. A vacina é uma coisa que, no meu entender, você faz a campanha e busca uma solução. Você não pode amarrar o cidadão e dar a vacina nele. Eu acho que não pode ser assim”, afirmou o Presidente, numa reunião com médicos defensores do uso da hidroxicloroquina no tratamento precoce da Covid-19.

Na semana passada, Bolsonaro já tinha dito que “ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”.

Contudo, em fevereiro deste ano, segundo a imprensa local, Bolsonaro sancionou uma lei que permite a adoção de uma série de medidas face a emergência de Saúde, entre elas a “determinação de realização compulsória de vacinação e outras medidas profiláticas”.

Com cerca de 212 milhões de habitantes e um elevado número de casos de infeção pelo novo coronavírus, o país sul-americano é considerado um laboratório ideal para testar várias potenciais vacinas, com farmacêuticas a procurarem agora verificar a sua eficácia e segurança.

No mês passado, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), organismo tutelado pelo Ministério da Saúde, aprovou o início dos ensaios clínicos no Brasil de uma nova vacina contra a Covid-19, a quarta a ser experimentada no país contra o vírus.

A multinacional Johnson&Johnson recebeu autorização para testar a sua vacina em estudos clínicos na fase III (com milhares de pessoas), o que já está a ser feito no Brasil com imunizantes desenvolvidos pelo Reino Unido (AstraZeneca e Universidade de Oxford), China (Sinovac Biotech), e pelo consórcio BioNTech (Alemanha) e Wyeth/Pfizer (Estados Unidos).

Já o governo do estado brasileiro do Paraná informou na semana passada que os testes da última fase de uma futura vacina desenvolvida na Rússia contra a Covid-19, denominada Sputnik V, devem ser aplicados no Brasil já em outubro.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 4,1 milhões de casos e 126.960 óbitos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 893.524 mortos e infetou mais de 27,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

LUSA/HN

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