Fim do formulário de passageiro no Reino Unido apesar de aumento de casos

17 de Março 2022

O Reino Unido deixa de exigir formulários de localização de passageiros ou testes a pessoas não vacinadas, a partir de sexta-feira, apesar do aumento recente de casos de covid-19 no país.

Quando anunciou a decisão, na segunda-feira, o ministro dos Transportes, Grant Shapps, disse que as pessoas “podem viajar como nos bons velhos tempos” e congratulou-se por o Reino Unido ser um dos primeiros a tomar esta iniciativa, a tempo das férias da Páscoa.

Os formulários de localização de passageiros exigem que as pessoas preencham os detalhes da viagem, endereço no Reino Unido e estatuto de vacinação e era uma das restrições mais antigas em vigor desde o início da pandemia de covid-19.

A notícia foi bem recebida por companhias aéreas, que disseram estar também a começar a aliviar o requisito de uso de máscaras em algumas rotas.

Porém, o ministro da saúde do País de Gales, Eluned Morgan, admitiu que aceitava “relutantemente” aplicar estas medidas.

“Isso tornará os testes de contingência e o isolamento domiciliar impraticáveis se precisarmos de vigiar os passageiros do estrangeiro, pois não saberemos mais quais viajantes estão a chegar de regiões que causam preocupação ou os dados para contacto”, afirmou, em comunicado.

As infeções com covid-19 estão a aumentar em todo o Reino Unido pela primeira vez desde o final de janeiro, pelo que a Escócia decidiu manter o uso de máscaras em locais públicos até abril, apesar de Inglaterra ter eliminado aquela obrigação em fevereiro.

“O uso contínuo e generalizado de coberturas faciais fornecerá alguma proteção adicional – particularmente para os mais vulneráveis – numa altura em que o risco de infeção é muito alto e pode ajudar-nos a superar este pico mais rapidamente”, afirmou a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, na quarta-feira.

Os últimos oficiais britânicos divulgados hoje mostraram que houve mais de 534.747 novos casos registados nos últimos sete dias, um aumento de 43,9% em relação à semana anterior.

O número de pacientes hospitalizados com covid-19 também subiu 21,9% nos últimos sete dias, embora ainda esteja abaixo do pico registado em janeiro.

O número de mortes mantém-se ainda relativamente estável, tendo sido notificadas 740 nos últimos sete dias.

Muitas das novas infeções são da linhagem BA.2 da variante Ómicron, mais transmissível do que a linhagem BA.1.

O ministro da Saúde, Sajid Javid, disse que o aumento de infeções era “esperado” à medida que as pessoas retomam os contactos sociais depois de todas as restrições, incluindo a exigência legal de quem testou positivo se auto-isolar, terem sido levantadas.

“Continuaremos a vigiar e a rastrear possíveis novas variantes e manteremos uma reserva de medidas que podem ser implantadas rapidamente, se necessário, para nos manter seguros”, prometeu Javid.

O Governo britânico vai arrancar com o programa de administração de quartas doses de vacinas contra a covid-19 no final deste mês para pessoas com mais de 75 anos, residentes em lares de idosos e imunossuprimidos.

Entrevistado pela estação ITV na quarta-feira, Javid deu a entender que o programa de quartas doses deverá ser estendido a mais pessoas “no final do ano, talvez no outono” se assim aconselhar o Comité Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI).

LUSA/HN

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