INEM acusado de falhar na testagem de profissionais garante controlo frequente

1 de Janeiro 2022

Duas organizações representativas dos profissionais de emergência médica e pré-hospitalar acusam o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) de falhar na testagem dos trabalhadores à covid-19, críticas que o organismo refuta.

Da parte do INEM há a garantia de que “monitoriza permanentemente a situação epidemiológica dos seus profissionais e realiza testagens frequentes, alargadas e dirigidas”.

“Quando os profissionais do INEM reportam ter contacto com casos positivos são imediatamente testados, o mesmo acontecendo com os seus colegas de trabalho”, refere o organismo, em resposta a um comunicado do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) sobre a testagem dos profissionais à covid-19.

O STEPH acusa o INEM de divulgar “informação absolutamente falsa”.

“Aliás, o INEM não cumpre a norma 19/2020 da Direção-Geral da Saúde, que obriga à testagem dos profissionais de saúde que não tenham plano de vacinação completo, num intervalo de sete a 14 dias”, indica.

Segundo o sindicato, o instituto de emergência médica não averigua se efetivamente os seus profissionais foram ou não vacinados com a terceira dose da vacina contra a covid-19, depois de lhes indicar que devem dirigir-se aos centros de vacinação para a dose de reforço.

Num ofício que foi tornado público e que é também dirigido ao primeiro-ministro, António Costa, à ministra da Saúde, Marta Temido, e ao secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Lacerda Sales, o STEPH exige a “substituição integral” do atual conselho diretivo do INEM, face ao “estado de estagnação” e de “retrocesso” que a emergência médica “tem verificado nos últimos tempos”.

Também a Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) considera “incontornável” que a emergência médica está numa “situação triste” e refere que a “alegada falta de testagem no INEM é manifestamente contraproducente”.

Salienta que os profissionais do setor “estão expostos a uma maior carga viral”, já que “entram em qualquer lugar e lidam com qualquer pessoa”.

“O ambiente pré-hospitalar, que vai desde a célula da ambulância ao perímetro da área que tem que dar resposta, é um ambiente que nunca dorme”, sublinha a associação, numa nota.

Na opinião da ANTEM, “a falta de testagem é nada mais, nada menos do que falta de responsabilidade, pois compromete os profissionais, os seus familiares, mas acima de tudo os seus pacientes, o que, sem qualquer dúvida, poderá alimentar a cadeia de transmissibilidade do vírus”.

No seu comunicado, o instituto de emergência médica diz que atualmente tem nove profissionais infetados, garantindo que, “num universo de mais de 1.600 profissionais, […] a incidência da covid-19 tem-se mantido controlada, fruto das várias estratégias” implementadas no organismo.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Greve dos enfermeiros com adesão global de 76,8%

A greve de sexta-feira dos enfermeiros registou uma adesão global de 76,8%, um valor que demonstra o “descontentamento que existe de norte a sul do país” nesses profissionais de saúde, anunciou o sindicato que convocou a paralisação.

Fundação Champalimaud: Como os cérebros transformam sons em ações

Um novo estudo do Laboratório Renart, publicado na Current Biology, apresenta resultados que permitem a nossa compreensão sobre como as informações sensoriais e as escolhas comportamentais estão entrelaçadas dentro do córtex — a camada externa do cérebro que molda a nossa percepção consciente do mundo.

Xavier Barreto: “Não podemos andar de seis em seis meses a mudar tudo”

O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) defendeu que uma das principais, e mais polémicas, reformas do Serviço Nacional de Saúde deve ser mantida pelo novo Governo. No âmbito da 13ª Conferência Valor APAH, Xavier Barreto afirmou: “A reforma das ULS deve ser mantida”.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights