EUA admitem ter cortado por engano financiamento de programas alimentares da ONU

9 de Abril 2025

O Departamento de Estado dos EUA disse terça-feira que reverteu múltiplos cortes de financiamento a projetos de emergência do Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU em 14 países pobres, alegando que os cortes foram feitos por engano.

 “Houve alguns programas que foram cortados noutros países que não eram para ser cortados, que foram revertidos e postos em prática”, avançou a porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Tammy Bruce, aos jornalistas.

 Bruce disse que não tinha informações imediatas sobre quais países tiveram o financiamento dos EUA para ajuda alimentar restaurado após um corte de um dia.

A porta-voz não deu nenhuma explicação sobre como alguns contratos foram cancelados por engano.

O PAM ainda não se pronunciou sobre as declarações norte-americanas.

A agência de notícias Associated Press noticiou na segunda-feira que a administração Trump cortou o financiamento dos programas de emergência do PAM, ajudando a manter milhões de pessoas vivas no Afeganistão, Síria, Iémen e 11 outros países, muitos deles em conflito, de acordo com a agência e funcionários que falaram com a AP.

 O secretário de Estado Marco Rubio e outros funcionários da administração prometeram poupar programas de emergência alimentar e outras ajudas de vida ou morte, mesmo quando a administração Trump e o Departamento de Eficiência Governamental de Elon Musk (DOGE, na sigla inglesa) desmantelaram a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla inglesa).

Todos os milhares de contratos da USAID para programas de ajuda e desenvolvimento no estrangeiro foram eliminados, exceto algumas centenas.

Os novos cortes atingiram alguns dos últimos programas humanitários geridos pela USAID.

Os avisos enviados na semana passada diziam que o financiamento dos EUA para os programas de emergência do PAM em 14 países estava entre os cerca de 60 que foram cancelados no Médio Oriente, África, América Central e do Sul e Ilhas do Pacífico “por conveniência do Governo dos EUA”.

Estas últimas rescisões foram efetuadas sob a direção de Jeremy Lewin, um oficial de topo do DOGE que foi nomeado para supervisionar a eliminação dos programas da USAID, de acordo com os avisos de rescisão enviados aos parceiros e consultados pela AP.

O PAM, o maior fornecedor mundial de ajuda alimentar, apelou publicamente aos EUA na segunda-feira para que reconsiderassem os cortes de centenas de milhões de dólares nos programas alimentares.

 “Isto pode equivaler a uma sentença de morte para milhões de pessoas que enfrentam fome extrema e inanição”, publicou o PAM no X.

NR/HN/Lusa

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