Administração central com cerca de 45 mil trabalhadores em teletrabalho

2 de Fevereiro 2021

Cerca de 45 mil trabalhadores da administração central estão neste momento em teletrabalho, disse hoje no parlamento a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão.

“Deparamo-nos mais uma vez com a necessidade de manter em casa os trabalhadores da Administração Pública com funções compatíveis com o teletrabalho num número total que, na administração central, ronda os 70 mil”, disse a ministra numa audição na Comissão de Administração Pública, Modernização Administrativa, Descentralização e Poder Local.

Alexandra Leitão salientou que devido à evolução da pandemia de covid-19, houve novamente a necessidade de limitar o atendimento presencial nos serviços públicos, “para garantir a segurança de todos, utentes e trabalhadores”.

“Tal como em março, a máquina do Estado manter-se-á a funcionar e a responder às necessidades dos cidadãos e das empresas, com a mesma determinação, a mesma capacidade para inovar e, agora, mais preparada do que no passado”, assegurou a governante.

Em resposta ao PSD que considerou que há falta de pessoal na Administração Pública, a ministra referiu que os cerca de 70 mil potenciais trabalhadores em teletrabalho são “só uma parte” do universo de mais de 700 mil funcionários atualmente existentes no Estado.

Alexandra Leitão lembrou que os trabalhadores que têm de fazer atendimento presencial não podem fazer teletrabalho, assim como quem trabalha com bases de dados que não podem ser acessíveis em casa.

Segundo a ministra, as lojas do cidadão, por exemplo, em 2020 fizeram cerca de três milhões de atendimentos presenciais, apesar de terem estado fechadas em vários momentos do ano devido à pandemia.

Já no final da audição, após vários pedidos dos deputados para precisar os números relativos ao teletrabalho, Alexandra Leitão disse que, em março, no primeiro confinamento, 68 mil pessoas estiveram em teletrabalho, de um universo de 70 mil funcionários cujas funções permitiam estar a trabalhar à distância.

“Em setembro, esse número era de 29 mil, porque já tínhamos desconfiando parcialmente” e “hoje esse número é de 45 mil”, precisou então a ministra, admitindo que embora não haja um objetivo de estarem todos os 70 mil em teletrabalho, “em princípio” isso deverá acabar por acontecer.

“Estamos num momento do estado de emergência em que o teletrabalho é obrigatório sempre que possível” e a situação de ainda não estarem 70 mil em teletrabalho passa pelo facto de o confinamento ter começado há cerca de três semanas e também porque há “três mil pessoas em isolamento profilático e cerca de mil doentes crónicos”.

Os deputados também questionaram sobre quantos funcionários públicos estão com apoio à família devido ao fecho das escolas, mas a ministra indicou não ter dados.

Por outro lado, Alexandra Leitão disse que a questão do género é uma preocupação, visto haver uma tendência para ser a mulher a ficar em teletrabalho, e admitiu alterações nesta matéria.

“Esperamos que até fim de março a DGAEP [Direção Geral da Administração e Emprego Público] conclua o estudo que está a fazer sobre teletrabalho e estamos a falar com o MTSSS [Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social], para perceber como podemos minimizar isso”, disse a governante.

“Há sempre a hipótese das quotas”, sugeriu a ministra.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Maioria dos médicos já atingiu as 150 horas extras nas urgências

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) avançou esta sexta-feira que a esmagadora maioria dos médicos que faz urgência já atingiu as 150 horas extraordinárias obrigatórias, reclamando “respostas rápidas”, porque “já pouco falta para o verão” e as urgências continuam caóticas.

Ordem convida URIPSSA e URMA para debater situação dos enfermeiros das IPSS

A Secção Regional da Região Autónoma dos Açores da Ordem dos Enfermeiros (SRRAAOE) formalizou esta semana um convite no sentido de requerer uma reunião conjunta entre a Ordem dos Enfermeiros, a União Regional das Instituições Particulares de Solidariedade Social dos Açores e a União Regional das Misericórdias dos Açores.

SIM diz que protocolo negocial com tutela será assinado em maio

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) anunciou esta sexta-feira que o protocolo para iniciar as negociações com o Governo será assinado em maio, esperando que ainda este ano se concretize um calendário de melhoria das condições de trabalho dos médicos.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights