A informação foi transmitida pelo secretário de Estado da Saúde para a Aérea Hospitalar, Leonardo Inocêncio, dando nota que os testes laboratoriais confirmaram na quarta-feira casos positivos de cólera, sem, no entanto, avançar números.
“Foi apresentando o plano de contingência e resposta a este surto. Neste momento podemos afirmar que houve casos positivos de cólera, está ativada a comissão multissetorial de combate à cólera, onde estão todos os departamentos ministeriais”, disse o governante, citado pela Rádio Nacional de Angola (RNA).
Comissões provinciais de controlo de doença e unidades sanitárias a nível nacional ativaram igualmente o seu plano de contingência e resposta local, referiu.
As autoridades angolanas tinham anunciado na terça-feira o registo de cinco mortes em 25 “casos suspeitos” de cólera, no bairro Paraíso, município de Cacuaco, província de Luanda, segundo informação do Ministério da Saúde.
Hoje, a RNA deu conta que a província do Bengo também registou três casos suspeitos de cólera e um deles resultou em óbito, citando o diretor provincial da Saúde, Domingos Goulão.
Leonardo Inocêncio referiu, por outro lado, que o país poderá avançar com uma campanha de vacinação contra a cólera sendo que já decorrem trabalhos com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo a nota do Ministério da Saúde, as pessoas apresentam sintomas de vómitos e diarreia aquosa, tendo o gabinete provincial da Saúde de Luanda acionado “imediatamente” medidas recomendadas pela OMS.
As medidas, em coordenação com outras instituições, incluem a desinfeção das áreas contaminadas, identificação e rastreamento de contactos, assim como a investigação epidemiológica e laboratorial aprofundada para a confirmação dos casos suspeitos.
O presidente do Sindicato Nacional dos Médicos de Angola, Adriano Manuel, disse na quarta-feira que a falta de saneamento, aumento da pobreza e desinvestimento na saúde preventiva potenciam o surgimento da cólera no país, referindo que “não faltaram avisos”.
“A causa da cólera está intrinsecamente relacionada com o saneamento básico, esta é a causa principal e o saneamento básico tem relação com a pobreza, […] aumentou a pobreza no nosso país e as pessoas estão a lutar pela sobrevivência e vão à busca de comida no lixo”, disse Adriano Manuel à Lusa.
NR/HN/Lusa
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