A Unidade Local de Saúde do Nordeste quer melhorar o sono dos mais novos no distrito de Bragança

19 de Abril 2022

A Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste anunciou hoje que vai promover ações nas escolas da região para melhorar a qualidade do sono na infância e adolescência, depois de ter constatado que os jovens dormem pouco.

A intervenção da responsável pela saúde na região será desenvolvida a partir do próximo ano letivo, no âmbito do projeto “Alerta Sono” que “tem como principal objetivo a promoção da qualidade do sono, através da sensibilização das crianças, jovens e famílias para a adoção de rotinas e padrões de sono saudáveis”.

Este plano de intervenção resulta de um estudo realizado há cinco anos que concluiu que “40%” dos jovens observados “dormem pouco e com pouca qualidade”.

As conclusões resultam, segundo divulgou a ULS em comunicado, “de uma investigação sobre a qualidade do sono dos alunos do ensino secundário do concelho de Bragança, desenvolvida pela enfermeira Ana Sofia Coelho, no âmbito do doutoramento realizado na Universidade de León (Espanha)”.

Este trabalho científico “abrangeu 345 estudantes dos três Agrupamentos de Escolas de Bragança, com colheita de dados realizada em maio de 2017” e “pretendeu caracterizar os padrões de sono, os seus determinantes e a sua implicação no desempenho escolar, estilo de vida e estado nutricional”.

Entre as principais conclusões destaca-se que “cerca de 40% dos jovens dormia um número de horas insuficiente, atendendo ao recomendado para a sua faixa etária, com irregularidades no tempo de sono entre a semana e o fim de semana”.

A insuficiência no número de horas de sono traduz-se, segundo os resultados do estudo, “em sonolência diurna com impacto nas atividades diárias e no desempenho escolar dos adolescentes”.

“Verifica-se, assim, que o padrão de sono dos adolescentes do concelho de Bragança é insuficiente e excessivamente irregular, com horário de deitar tardio, tempos de latência aumentados e períodos de sono insuficiente nos dias de semana e períodos mais longos de sono ao fim de semana”, concretiza.

Entre os motivos apontados pelos estudantes em estudo para o sono insuficiente surge “o uso das novas tecnologias nos horários noturnos, organização do tempo de estudo, stress relacionado com os testes e atividades escolares”.

O estudo “permitiu ainda estabelecer associações do sono com o padrão alimentar, sendo que uma alimentação saudável e equilibrada tem um impacto positivo na qualidade do sono, com a prática de atividade física”.

Tendo por base esta realidade, foi dada formação às esquipas de saúde escolar que, a partir do próximo ano letivo, irão intervir em todas as escolas do distrito de Bragança, segundo a ULS do Nordeste.

O trabalho destas equipas, ainda de acordo com aquela entidade, é capacitar os mais novos para fazerem escolhas saudáveis com impacto positivo na qualidade do sono, pretendendo “estimular a adoção de rotinas e padrões de sono saudáveis e ajustados a cada faixa etária”.

O projeto “engloba ainda ações formativas para profissionais dos Cuidados de Saúde de Primários, tendo em vista a sensibilização para a importância da promoção de rotinas de higiene do sono desde a infância, com acompanhamento na idade adulta, e promovendo a intervenção precoce ao nível dos distúrbios do sono”.

A ULS explica ainda que, “atendendo ao impacto da qualidade do sono na Saúde, este plano de intervenção integra-se na missão dos Cuidados de Saúde Primários ao nível da promoção e educação para a saúde.

O plano privilegia “a formação e capacitação de técnicos de saúde, professores e educadores, encarregados de educação, famílias, crianças e jovens, tendo em vista o aumento da literacia sobre o sono e estilos de vida saudáveis associados à alimentação e prática de exercício físico”.

LUSA/HN

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